Como primeira postagem depois de uma breve reformulação em meu blog, gostaria de abordar um assunto que por vezes é discutido, porém, em sua maioria das vezes, pouco é entendido ou considerado, e para tal quero apresentar dois conceitos: o de línguá padrão e não padrão. A língua padrão, como o próprio nome nos instiga a entender, é a língua que é ensinada nas escolas, que compreende de uma gramática, que segue uma série de regras e normas e que é falada por pessoas "bem intruídas". A língua não padrão, contrária a anteriormente mencionada não segue uma gramática, um padrão, porém é importante mencionar que é possível a criação de uma normatização, uma gramática para a língua não padrão, mas se isso fosse feito, acabaria por entrar nos moldes da língua padrão, tendo uma série de regras a serem seguidas, o que descaracterizaria a língua não padrão. Com um breve plano de fundo formado, poderemos agora entrar na questão linguística.
Fila do mercado, esperando para pagar pelo que foi escolhido, uma criança fala para sua mãe: " Mãe compra um chicrétis?" a mãe responde: " Cráudio, hoje não!"
Pego-me a perguntar: "Será esta uma nova marca de goma de mascar? Chicrétis? Cráudio, uma derivação de Cláudio?..." Obviamente nenhuma das questões levantadas estão corretas, o que temos é uma troca de consoantes L-R. Automaticamente formamos um pré-conceito em relação ao que foi ouvido, assosciamos a fala errada a um baixo nível escolar, a uma classe baixa na sociedade ou a ignorância. O preconceito linguístico trata, de um modo geral, com questões relacionada ao exemplo citado. A sociolinguística estuda a sociedade e traça uma relação com a língua, portanto podemos dizer que assim como temos diferenças entre as sociedades, temos também diferenças entre a língua falada entre elas. Portanto não podemos julgar como errado um sujeito que fala "chicrétis", "Antónho", "Cráudio"... é preciso analisar o ambiente em que o sujeito vive, foi criado, a maneira como aprendeu. Não podermos simplismente entrar no "mundo" dele e dizer o que é certo ou errado sem tomarmos como base o que ele entende ou aprendeu como certo. Quando o fazemos, quando julgamos, praticamos o preconceito linguístico, ou seja temos um conceito pré formado sem analisar todo um contexto. É importante lembrar que perante a linguística, não há falante que fale errado, o que temos são as variações linguísticas.
Espero que da próxima vez que escute uma troca de consoantes ou qualquer outra variação da língua, lembre-se do preconceito linguístico e analise o meio em que se encontra!
Abraço a todos.
Fila do mercado, esperando para pagar pelo que foi escolhido, uma criança fala para sua mãe: " Mãe compra um chicrétis?" a mãe responde: " Cráudio, hoje não!"
Pego-me a perguntar: "Será esta uma nova marca de goma de mascar? Chicrétis? Cráudio, uma derivação de Cláudio?..." Obviamente nenhuma das questões levantadas estão corretas, o que temos é uma troca de consoantes L-R. Automaticamente formamos um pré-conceito em relação ao que foi ouvido, assosciamos a fala errada a um baixo nível escolar, a uma classe baixa na sociedade ou a ignorância. O preconceito linguístico trata, de um modo geral, com questões relacionada ao exemplo citado. A sociolinguística estuda a sociedade e traça uma relação com a língua, portanto podemos dizer que assim como temos diferenças entre as sociedades, temos também diferenças entre a língua falada entre elas. Portanto não podemos julgar como errado um sujeito que fala "chicrétis", "Antónho", "Cráudio"... é preciso analisar o ambiente em que o sujeito vive, foi criado, a maneira como aprendeu. Não podermos simplismente entrar no "mundo" dele e dizer o que é certo ou errado sem tomarmos como base o que ele entende ou aprendeu como certo. Quando o fazemos, quando julgamos, praticamos o preconceito linguístico, ou seja temos um conceito pré formado sem analisar todo um contexto. É importante lembrar que perante a linguística, não há falante que fale errado, o que temos são as variações linguísticas.
Espero que da próxima vez que escute uma troca de consoantes ou qualquer outra variação da língua, lembre-se do preconceito linguístico e analise o meio em que se encontra!
Abraço a todos.
9 comentários:
Thomas
Parabens pelo 1º texto do blog ...uma abordagem contemporanea , esse preconceito está mascarado dentre tantos outros que por vezes deixamos pessoas sem a estrutura e possibilidade de ensino a margem desse mundo ...
Parabens e bem vindo
BLOGDOKITO
Tom
Bem legal teu blog, e muito bom o texto...
Eu por exemplo tenho algum preconceito liguístico, como vc sabe...
bjos
bar
Cara ficou bem legal o texto este campo é bem interessante, é possível se falar a respeito por exemplo da exclusão linguística que não é diretamente proporcional a social, se você pensar que existem pessoas financeiramente estabelizadas que falam de maneira errada.
Cara a lingua é tudo, aquele velho filósofo Alisson de Sengés já diria "diga me como falas e eu lhe direi quem és" hahaha
Cara, para alguém escrever algo sobre preconceito lingüístico, tem que saber o que escreve o que é o caso do Tom.
Parabéns lingüísta.
e aí!!! legal mesmo hein, já vi que gosta de assuntos polêmicos, como aquele travado no GF "perde-se ou não a salvação se a pessoa se desviar?", mas bem legal, pelo tipo gosta de escrever e isso é fundamental p ti né, abraços fica com Deus
uhuiá
eitaaa....
cara adorei aquele texto..ENCONTREI...
mto joia.....mto fera msmo, pior q me encaixei nele certinho..hsuahsu
té mais grande rapaz...
anima-t..=)
Adorei o texto ...
Me ajudou muito no meu seminário de Lingüística!
Vale a pena ler (e com atenção).
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